Um dos programas mais longevos do mundo está completando 81 anos nesta sexta-feira (22). O programa estatal A Voz do Brasil está no ar em rede em todo o Brasil desde 22 de julho de 1935, quando o locutor Luiz Jatobá interrompeu com sua voz grave a programação das 50 rádios que operavam no país. Nesta data estreava o Programa nacional, idealizado por um amigo de infância do então presidente, Getúlio Vargas, com o objetivo de propagandear as realizações do governo federal.
Em 1939, quando Vargas já estabelecera no país a ditadura do Estado Novo, o programa, rebatizado como A Hora do Brasil, tornou-se transmissão obrigatória pelas emissoras de rádio, sempre no horário das 19 horas. Durante a vigência de outra ditadura, a do regime militar, A Hora do Brasil virou A Voz do Brasil. Mudou de nome, mas manteve seu caráter compulsório e sua marca registrada: a abertura com os acordes de “O guarani”, a ópera de Carlos Gomes, e a voz de um locutor que anunciava: em Brasília, 19 horas.
Quando A Voz do Brasil foi criada, o rádio era o principal meio de comunicação de massa, e não havia outros canais para os brasileiros das regiões mais longínquas se informar sobre os fatos e acontecimentos da vida do país. Nesses 80 anos que nos separam da primeira transmissão do programa, o Brasil passou por grandes transformações. Urbanizou-se e deixou de ser um país de população eminentemente rural. Sua economia se industrializou e se modernizou a ponto de estar diante da perspectiva de virar, em breve, uma das cinco maiores do mundo.
Há mais de 30 anos, o país é governado por um regime democrático pleno. O rádio também mudou e se adequou à concorrência de outros meios como a televisão e a internet. O anacronismo da obrigatoriedade de transmissão, às 19 horas, de A Voz do Brasil por todas as emissoras de rádio do país, porém, permaneceu inalterado, apesar de os poderes públicos contarem hoje com grande estrutura de comunicação. Esse aparato oficial inclui a TV Brasil (controlada pelo governo federal), a Rádio Câmara, a Rádio Senado e a Rádio Justiça, além de diversas estações de TV.
Desde a redemocratização do país, A Voz do Brasil passou por algumas adaptações. Os acordes de “O Guarani” foram remixados ao ritmo de forró, samba, choro, bossa nova, capoeira, moda de viola e até techno. Numa tentativa de se aproximar de uma linguagem mais simples e usual, o tradicional “Em Brasília, 19 horas” também foi substituído por “7 da noite, em Brasília”. Essas tentativas de rejuvenescimento não afastaram, porém, o aspecto bolorento do programa. Ele só será eliminado com uma mudança na lei.
Há vários projetos no Congresso que propõem mudanças em A Voz do Brasil. No principal deles, em tramitação há mais de 10 anos, prevê a possibilidade de as rádios adequarem A Voz do Brasil às suas programações, a chamada flexibilização da transmissão do programa. Segundo as propostas, elas poderiam escolher o horário mais conveniente, entre 19 horas e meia-noite, para iniciar a veiculação do programa. A medida foi incluída por diversas vezes nas pautas para votação, porém, por vários motivos, o projeto não foi votado.
Nesta quinta-feira o Tudo Rádio publicou que o presidente interino Michel Temer vai assinar uma Medida Provisória para que as rádios possam flexibilizar a transmissão do programa durante o período de realização da Olimpíada. A ideia é que as estações de rádio possam escolher transmitir o programa entre 19h e 22h. No último dia 5, a Abert havia enviado ao presidente interino um ofício pedindo a flexibilização durante a Olimpíada do Rio, de 5 de agosto a 18 de setembro, para evitar interrupção de transmissão de jogos.
MCTIC deve liberar mais 100 contratos da migração AM-FM nos próximos dias

O Ministério de Ciências, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) deve liberar nos próximos dias mais de cem contratos de adaptação de outorga das emissoras AMs para o dial FM. A medida ainda depende da liberação do ministro Gilberto Kassab e é aguardada com ansiedade pelos radiodifusores. Além disso, o ministério mantém a emissão e o envio dos boletos às rádios.
Segundo informações obtidas pelo Tudo Rádio, o ministério já conta com cerca de cem contratos prontos para serem assinados. A liberação ainda depende da autorização do ministro Kassab, que deve agendar uma data para realizar uma cerimônia de assinatura.
A redação do Tudo Rádio recebeu diversos e-mails sobre a demora na emissão dos boletos de pagamento para a adaptação das outorgas. Segundo as informações, os documentos estão sendo enviados para as rádios normalmente.
A Associação Catarinense das Emissoras de Rádio e TV (ACAERT) divulgou que rádios de mais três cidades receberam recentemente os boletos. Rádio de Pomerode, Campos Novos e Canoinhas receberam a guia para pagamento da adaptação de outorga
As emissoras Pomerode AM 1410, de Pomerode no Vale do Itajaí, Rádio Cultura AM 1420, de Campos Novos no Meio-Oeste, e Rádio Clube AM 890, de Canoinhas no Planalto Norte, já receberam as guias de cobrança, sinal de que as demais emissoras catarinenses também devem receber o documento nos próximos dias.
A demora na emissão dos novos boletos estava provocando apreensão do setor, problema causado pelo processo de transição no Governo Federal, especialmente com a fusão dos Ministérios de Ciência e Tecnologia com o de Comunicações.
Segundo a secretária de Comunicação Eletrônica, Vanda Bonna Nogueira, as autorizações para operação na nova frequência – que precisam ser assinadas e publicadas no Diário Oficial da União – também devem ser normalizadas. “Tivemos uma dificuldade com a assinatura eletrônica, que depende do Ministro Gilberto Kassab. Com o ministério sendo montado novamente, assim que for pago o boleto sairá imediatamente também o contrato”, informou.
O presidente da ACAERT, Rubens Olbrisch, comemora a retomada da Migração como uma das prioridades dentro do Ministério. “Méritos da secretária Vanda Nogueira e de sua competente equipe, estamos otimistas de que teremos novas emissoras autorizadas a migrar até o final do ano”, destacou.
Com informações daAssessoria de Imprensa ACAERT
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