sexta-feira, 7 de setembro de 2018

NOTICIAS DO DIA A DIA DO RADIO

Grupo Bandeirantes transmite frequência irregular de rádio em São Paulo


Mesmo com trâmite judicial em processo, o Grupo Bandeirantes de Comunicação iniciou na última quarta-feira, dia 29 de agosto, mais uma transmissão irregular de rádio.
Posicionada na frequência 98.5, a rádio pirata tem impactado diretamente no alcance da Rádio Metropolitana, a preferida pelos jovens, e que é responsável legalmente pela frequência nesta estação.
Esta não é a primeira vez que o grupo de comunicação utiliza artifícios ilegítimos para atingir uma audiência já consolidada pela concorrência. Em abril de 2016, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) lacrou um transmissor em três dias, mas o fato vem a se repetir, ocasionando bagunça generalizada na frequência e fazendo com o que o público ouça duas músicas ao mesmo tempo.
A Rádio Metropolitana, em comunicado, afirma que tomará todas as medidas cabíveis e reforça a importância de posicionar seus ouvintes de forma transparente e correta.

7 de setembro marca os 96 anos da primeira transmissão oficial de Rádio no Brasil

Rio de Janeiro – Transmissão foi em comemoração aos 100 anos da Independência do Brasil




Há 96 anos, o dia 7 de setembro marcou a primeira transmissão oficial de Rádio no país. O feito ocorreu simultaneamente à exposição internacional em comemoração ao centenário da Independência do Brasil, inaugurada pelo presidente Epitácio Pessoa, em 1922, no Rio de Janeiro. Considerada a primeira rádio a entrar no ar no Brasil, a Clube AM 720 do Recife, a icônica PRA-8, iniciou as comemorações do seu centenário de fundação. O 6 de abril de 1919 marca a histórica reunião de um grupo de amadores da telegrafia sem fio que nesta data registrou a fundação oficial da rádio. Eles se comunicavam por diversão e estavam obstinados a aperfeiçoar as transmissões para levar o “pensamento humano” por meio de redes sem fio.
O então discurso do presidente, em meio ao clima festivo do evento, abriu a programação da exposição, tornada possível por meio de um transmissor de 500 watts, fornecido pela empresa norte-americana Westinghouse e instalado no alto do Corcovado, na capital fluminense. Apenas 80 receptores espalhados na capital e nas cidades fluminenses de Niterói e Petrópolis acompanharam a transmissão experimental, que teve ainda música clássica - incluindo a ópera O Guarani, de Carlos Gomes - durante toda a abertura da exposição.
À frente da iniciativa estava o cientista e educador, Edgar Roquette Pinto, considerado o pai da radiodifusão brasileira. “Segundo o depoimento do próprio Roquette, praticamente ninguém ouviu nada da transmissão, porque o barulho da exposição era muito grande”, conta o historiador, Milton Teixeira. “Os alto-falantes eram relativamente fracos, mas mesmo assim causou uma certa sensação a transmissão do discurso do presidente Epitácio Pessoa e das primeiras músicas”, disse.
A transmissão ocorreu no momento em que as autoridades da época investiram em obras e recursos financeiros para a exposição comemorativa ao centenário da independência, montada no centro do Rio antes ocupada pelo Morro do Castelo. No mesmo período, a insatisfação dos militares e da nascente classe média com as oligarquias que dominavam a chamada República Velha resultou na revolta dos tenentes que serviam no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 5 de julho. Meses antes, em 25 de março, era fundado o Partido Comunista Brasileiro, em Niterói. Em São Paulo, um evento realizado no mês de fevereiro influenciaria de forma definitiva o contexto cultural do país: a Semana de Arte Moderna.
Apesar da transmissão durante a celebração do centenário da Independência, o início efetivo e regular das transmissões do rádio ocorreu somente no ano seguinte, mais uma vez graças ao esforço de Roquette Pinto. Ele tentou em vão convencer o governo a comprar os equipamentos da Westinghouse, que permitiram a transmissão experimental. A aquisição foi feita pela Academia Brasileira de Ciências, e assim entrou no ar, em 20 de abril de 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
A emissora pioneira é a atual Rádio MEC AM 800 do Rio de Janeiro, que foi doada pelo próprio Roquette Pinto ao Ministério da Educação em 1936. Nesse ano, também foi fundada, a princípio como emissora privada, a atual Rádio Nacional AM 1130, que seria incorporada ao patrimônio da União na década de 40.
A era do rádio comercial surge a partir de 1932, quando o presidente Getúlio Vargas, através do Decreto 21.111, autorizou as emissoras a ter até 10% de sua programação sob a forma de publicidade. “Até então, o rádio era sustentado apenas por contribuições de seus próprios ouvintes, que eram os mesmos que ajudavam a fazer a programação.”
Com a permissão da publicidade, se plantou a raiz do modelo de rádio que a partir da década de 40 se consolidou no país, o do veículo comercial, conforme a professora. “Naquele momento, marcado pela Segunda Guerra Mundial, os americanos passaram a influenciar não só a programação como o próprio modelo de rádio feito no Brasil, eminentemente comercial, a exemplo do que se fazia nos Estados Unidos”, diz a coautora, junto com Luiz Carlos Saroldi, do livro Rádio Nacional: o Brasil em Sintonia e organizadora da História do Radiojornalismo no Brasil.
Passados 96 anos, a internet permite, de certa forma, um retorno às origens do rádio. A tecnologia empregada no rádio vem sendo desenvolvida constantemente, além de investimentos em novas formas de transmissão, como webradios e aplicativos para celulares.
Além disso, o Brasil vive o processo de migração das rádios AMs para o dial FM, já com várias emissoras operando em Frequência Modulada com a permissão do governo. Esse processo tem fomentado também a indústria voltada ao setor, que se mantém aquecida com a aquisição de vários equipamentos.

Prestes a completar 74 anos, Rádio Globo AM deixa o ar no Rio de Janeiro

Rio de Janeiro – Emissora iniciou sua trajetória na capital fluminense em 1944 na frequência 1180 AM


Uma das principais estações de Ondas Médias do Brasil deixou o ar nesta segunda-feira (3). A 1220 AM, frequência que desde 1976 abrigava a programação da Rádio Globo no Rio de Janeiro foi desligada pelo Sistema Globo de Rádio (SGR) que alegou incompatibilidade de formato entre as estações. Além da 1220 AM, o SGR também desligou a 860 AM do Rio de Janeiro, 1150 AM de Belo Horizonte e a 780 AM de São Paulo (as três com a bandeira da CBN). A Rádio Globo AM 1100 ainda segue no ar em São Paulo, sendo a única AM do grupo ainda ativa.



O professor, consultor, palestrante, historiador e escritor nas áreas de marketing, inteligência de mercado e comunicação, Fernando Morgado, que atuou pelo SGR por vários anos, levantou o histórico da estação no dial fluminense. Morgado fez um breve resumo da trajetória da Rádio Globo, que teve suas transmissões iniciadas em dezembro de 1944.
Início das transmissões da Rádio Globo
A Rádio Globo AM do Rio de Janeiro foi o primeiro veículo de comunicação criado pelo jornalista Roberto Marinho (1904-2003), que havia herdado o jornal "O Globo" de seu pai, Irineu Marinho (1876-1925). A Globo AM entrou no ar em dezembro de 1944 na frequência 1180 AM, onde permaneceu até 2 de outubro de 1976, quando se transferiu para 1220 AM.
Essa mudança aconteceu na esteira da revisão do Plano Básico de Distribuição de Canais e permitiu que a Rádio Globo carioca ampliasse a cobertura, indo além das fronteiras brasileiras. Por muitos anos, a frequência 1220 AM permaneceu exclusiva, ou seja, não existia outra emissora com essa mesma frequência dentro da sua área de abrangência. Isso permitiu que diversos estados, especialmente do Nordeste, acompanhassem os programas da Rádio Globo do Rio, aproveitando ainda mais o natural ganho de alcance que o sinal de AM tem durante a noite.
Expansão do Sistema Globo de Rádio
Entre as décadas de 1950 e 1960, o Sistema Globo de Rádio (SGR) expandiu-se no AM através da aquisição de diversas emissoras. Primeiro, foi a Rádio Eldorado do Rio de Janeiro. Depois, com a incorporação da Organização Victor Costa (OVC), somaram-se ao grupo a Rádio Nacional de São Paulo (posteriormente renomeada para Rádio Globo AM 1100), Rádio Excelsior de São Paulo e Rádio Mundial AM do Rio de Janeiro (que atualmente opera em 1180 AM – estação pioneira da Rádio Globo).
Outras AMs também fizeram parte do SGR, com a Rádio Tiradentes de Belo Horizonte (depois transformada em Globo), a Rádio Globo de Recife/PE, a Rádio Imperial de Petrópolis - que revelou nomes importantes como, por exemplo, Paulo Giovanni -, a Rádio Continental de Porto Alegre (cuja frequência 1120 AM foi posteriormente vendida ao grupo RBS (estação que atualmente abriga a Rádio Rural AM) e a Rádio Difusora, no Vale do Paraíba. A expansão no FM se deu a partir dos anos 1970.
Início da trajetória da CBN
Ao longo das décadas de 1990 e 2000, as emissoras AM do SGR foram reunidas em torno de duas marcas: CBN e Globo. Em 1990, a CBN AM 780 de São Paulo passou a ser transmitida em simulcast com a frequência até então ocupada pela Rádio X FM, em 90.5 FM. Em 2005, a CBN AM 860 do Rio passou a ser ouvida também em 92.5 FM no espaço até então ocupado pela antiga Globo FM. Em 2010, a Rádio Globo do Rio estreou no FM, primeiro em 89.3 FM, depois de uma adaptação do Ministério das Comunicações passou a operar em 89.5 FM e, em 2014, migrou para 98.1 FM, no lugar da musical popular BEAT98 FM.
Torre da Rádio Globo AM está em uma ilha particular
A torre da Rádio Globo AM está instalada na Ilha do Pontal, localizada na Baía de Guanabara. A ilha é de propriedade do Grupo Globo e também sedia o parque de transmissão da Rádio Mundial AM 1180, segundo informações que constam no Mosaico da Anatel.
Colaboração de Fernando Morgado.